Este é um espaço das delícias.
Delícias em forma de palavras, poesias e muita imaginação.
Cotidianos, meridianos, tardes insólitas, viagens interplanetárias, horas vadias...
Se a cada lua que muda os homens parassem, a terra não seria arada. Se a cada vento que muda os homens parassem, o mar não teria barcos. Se a cada estação que muda os homens parassem, não haveriam flores para colher. Se a cada amor que morre os homens parassem, a humanidade não existiria.
Hoje acordei metade Perdida, solidão Meu rosto não me traduz Paradoxo de mulher e ansiedade A dor da essência esmagando a matéria, a artéria. Florais, poções, alquimia, Lua cheia arrasa e faz lembrar Momentos de vida, saudade, paixão. De novo os pés-no-chão, a alma sufocada Levitação e oscilação. Em segundos faço fenômenos Equações sem solução, sem razão, Absurda confirmação.
Tenho um Aferidor de Encantamentos. A uma açucena encostada no rosto de uma criança O meu Aferidor deu a nota dez. Ao nomezinho de Deus no bico de uma sabiá O Aferidor deu nota dez. A uma fuga de Bach que vi nos olhos de uma criatura O Aferidor deu nota vinte. Mas a um homem sozinho no fim de uma estrada sentado nas pedras de suas próprias ruínas O meu Aferidor deu DESENCANTO. (O mundo é sortido, Senhor, como dizia meu pai.)
Alguns anos nos separam Nossas vidas se atrapalham Paralelas encantadas Sem destino certo Encontros incertos Por estas estradas. Nossos corpos se entrelaçam A pele arrepia Encontramos nossa cama Onde a gente se ama. Sorriso aberto Garoto esperto de número certo Onde eu me completo E desatino. Qual será o nosso destino Meu menino?