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Não sei em que momento me fechei...
Por mais que eu tente,
não consigo precisar o exato momento em que minhas asas criaram vida própria e
fugiram. Talvez não tenha sido um momento único, mas sim a sucessão de momentos
que desencadearam em mim a vontade do silêncio da escrita, como se esse momento
de catarse não me fosse mais permitido. Talvez tenha sido a vontade de acumular
sentimentos, devorando-os um a um, para depois pari-los, deixando-os livres
para nunca mais voltarem. Talvez tenha sido para testar o que muitos chamam de
intuição, de difícil catalogação, aceitação. Talvez tenha sido pelo medo de trazer à tona o que eu desejava que ficasse oblíquo, camuflado, obscuro. Talvez
tenha sido alguma estratégia de defesa que possibilitasse uma queda um pouco
mais suave. Talvez tenha sido por infinitos motivos que jamais irei
descobrir. Talvez eu volte, talvez eu fique por lá. Talvez...
Giu