Tem gente que carrega consigo o eterno medo sombrio de amar, sentem-se mais acolhidas com a segurança de um passado conhecido, com todos os problemas, do que com o vislumbre do futuro, "penso que o amor verdadeiro, ou ao menos o melhor, é o que não vê nada em volta de si, e caminha direito, resoluto e feliz aonde o leva o coração" (Machado de Assis).
Tem gente que não consegue entender que amar alguém é muito mais do que compartilhar um passado comum, é ter o desejo quase incontrolável de ter experiências futuras comuns, "há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos" (Fernando Pessoa).
Tem gente que prefere viver no inverno polar das relações sem paixão. É preferível ser uma rocha oca a ser um vulcão em brasa, é mais confortável, nada de sobressaltos, coração em chamas, taquicardia, palpitação. É mais fácil a plasticidade do sentimento, moldado à linearidade da mesmice, "o vento é sempre o mesmo, mas sua resposta é diferente em cada folha. Somente a árvore seca fica imóvel entre borboletas e pássaros" (Cecília Meirelles).
Assim a vida segue retilínea, dentro do traçado, do esperado, ou melhor, do que todos esperam. Mas é o que realmente se quer? Acontece que o querer não existe, está preso e escondido em um porão sombrio ao lado do amor, esquecidos, empoeirados, "se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu fizeram-no de carne, e sangra todo dia" (Saramago).
É porque eu prefiro viver, não simplesmente existir...
by Giu
É porque eu prefiro viver, não simplesmente existir...
by Giu
"Tente. Sei lá, tem sempre um pôr-do-sol esperando para ser visto, uma árvore, um pássaro, um rio, uma nuvem. Pelo menos sorria, procure sentir amor. Imagine. Invente. Sonhe. Voe "
(Caio F.)
Por mais que já tenhamos AMADO, sempre temos medo, mas percebo que com o tempo vamos nos trancafiando mais, vamos nos protegendo mais e tenho medo disso se tornar um pânico de AMAR.
ResponderExcluirDepois de ter sido atropelada pelo amor, capotei na curva. Ando com PÂNICO de amar. rsrsrs
ResponderExcluirBjs
"Medo de Amar nº3" música do Péricles Cavalcanti, indico a interpretação da Adriana Calcanhoto.
ResponderExcluir