quarta-feira, 15 de junho de 2011

O amor


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Todos nós nascemos para amar.

O amor nasce da generosidade que existe em nós. Está presente no cotidiano daqueles que se amam, na paixão, na acolhida das diferenças, no cuidado, no aprendizado mútuo, na ternura, nas crises de encontro, no afeto. Como escreveu Neruda, “(...) amor que se reparte em beijos, leito e pão”.

O amor é a arte do encontro, história de dois, entrelaçamento de vidas, desejos, sentimentos e destino. É preciso deixar o amor acontecer, permitir que ele entre na nossa vida, "nada de ir tateando os muros como um cego. Nada de muros" (Mario Quintana). É preciso vencer o medo, um dos maiores inimigos do amor, porque transforma a possibilidade de amar e ser amado em angústia.

O amor é o mesmo, desde sempre, para sempre. Nós é que muitas vezes o distorcemos, alteramos sua essência para poder adaptá-lo às nossas necessidades. Pensamos que assim será mais fácil viver. Viver? Somente se o que se chama de vida é o mesmo que pode ser encontrado em museus de cera, "para alguns a vida sepulta mais que a morte" (Mia Couto).

O amor nos transforma, impulsiona para a vida, nos torna melhores, “a beleza não está na face, mas na luz do coração de quem ama” (Kalil Gibran). Quando amamos não estamos nos submetendo aos desejos dos outros, estamos seguindo a sabedoria que existe dentro do nosso coração. Quando o nosso desejo de amar é sufocado, nos tornamos seres tristes, sombrios.

O amor nos dignifica e nos faz compreender que não somos metades em busca de outro que nos complete, porque somente pessoas inteiras podem amar plenamente. Amar não significa anular-se para fazer o outro feliz, “o amor é o processo em que você me mostra o caminho de retorno a mim mesmo” (Saint-Exupéry).

O amor não pode ser cobrado. Ele nos dá energia para doarmos o que somos à pessoa que nos estimula a amar. Não podemos ser mendigos de amor, sempre pedindo, sempre cobrando. É preciso dedicar ao amor o esforço que lhe é necessário, cultivá-lo, para assim merecê-lo, “por isso, preste atenção nos sinais: não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR” (Drummond).

O amor cresce dentro de nós e nos convida a estar com o outro. Quando não valorizamos o amor experimentamos o vazio, e então nos maltratamos porque não existe outra maneira para saciar a sede de amar, a não ser, amando. Como escreveu Clarice, “(...) há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata”.

O amor nos liberta. Somente através do amor podemos alçar os nossos melhores voos...


A alegria é um pássaro que só vem quando quer. O máximo que podemos fazer é quebrar todas as gaiolas e cantar uma canção de amor, na esperança que ela nos ouça.” 
(Rubem Alves)




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