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Divagando
ao assistir o filme SENTIDOS DO AMOR...
Quais os
sentidos do amor? Qual o sentido do amor? Não sei, por isso divago. Através dos
sentidos percebemos o mundo à nossa volta, as cores, os cheiros, os sabores, os
sons. Através dos sentidos nos conectamos com o mundo, existimos, sentimos, amamos...
Através do
olfato despertamos nossa memória
afetiva, a saudade e as impossibilidades todas. Quando perdemos a lembrança do
cheiro, do odor do amor e de quem se ama, vem o esquecimento. Perdem-se os laços.
Nada mais importa, não existe mais prazer. Perdeu-se a capacidade de recordar,
de reviver tudo de belo que se viveu. E choramos...
A perda
das lembranças nos torna ansiosos, delirantes, inconformados, vorazes. Falta
algo, falta tudo. Somos tomados por um vazio aterrorizador, uma vontade de
preencher espaços, de fartar-se. Perdemos o paladar, o gosto pela vida, o delírio, a capacidade de encantamento...
Mas a vida
continua, embora sem prazer...
E viver
sem prazer nos revolta, nos enfurece, nos fragiliza. E nos fechamos para o
mundo, estamos surdos. Tornamos-nos solitários,
tomados por uma imensa sensação de abandono. Ainda assim, continuamos, seguimos
a vida. Mesmo sem os sons, a música, a melodia e a alegria, nos restaram as cores...
A vida
segue...
Mas de
repente, vem a escuridão. Ficamos cegos...
E uma
alegria profunda nos domina, sem explicação. Vem uma vontade louca de alcançar
o outro, oferecer calor, compreensão, aceitação, perdão, amor. Vontade de
valorizar a vida. Valorizar o pouco que restou. Estamos ali, juntos. Não perdemos o tato...
E então nos damos conta que para viver e amar é preciso estar perto, junto, sentindo os sentidos
do amor...
Giu
Do amor só há o olhar de dentro, o resto é invenção.
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