sábado, 27 de março de 2010

Xeque, talvez mate...


Imagem by Paulo Calafate



O meu amor pode estar entrando em choque, quem sabe em xeque, mate. Não consigo controlar minha possessividade, a minha vontade de exclusividade, a minha insaciedade e a sua pouca disponibilidade. Muitas vezes traduzo as suas falas de maneira que justifique uma ruptura, mas você sempre contemporiza e coloca a culpa na escrita, e nessas horas, não sei se continuo te amando ou se te maltrato.

Não quero me perder de você nem tampouco que você se perca de mim, mas a vida parece querer eu longe de você e você de mim. Você tem disciplina e eu transbordo obsessões, o seu amor parece ser tranquilo e imutável enquanto o meu é urgente e instável. Às vezes não suporto esse seu jeito "dentro dos eixos", esse amor de horários e as nossas culpas dentro do armário. Ah! Tantos são os enigmas guardados, muito mais do que a minha ansiedade pode suportar.

Também são tantas as vezes em que tenho uma vontade louca de te contar o que tão longamente em mim se acumulou, as minhas ranhuras escondidas, os meus medos. A vontade que eu tenho de que você decifre os meus códigos, me tire todas essas coisas da cabeça, me envolva nos seus braços, me olhe nos olhos e mergulhe no meu infinito para nunca mais submergir.

Não me deixe só...

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