Imagem by Miró
Tenho alma de anarquista, um jeito meio Mafalda de ser, o vício de desequilibrar. Duas pessoas me consomem, opostos dentro de mim, aventura e pés-no-chão. Sou poeta, sou uma tentativa de fotógrafa e adoraria saltar de pára-quedas só para sentir vertigem. Sou de gêmeos, sou de lua, sou do mundo. Em segundos faço fenômenos, equações sem solução, sem razão. Ouço sempre as mesmas músicas. Adoro comer comida japonesa e ir p/ Bonito, sempre duas possibilidades maravilhosas. Já aprendi algumas coisas úteis: não se deve ir à restaurante japonês de blusa branca e é melhor estar entre dois loucos que perto de um imbecil. Aprendi que as teorias são incomensuráveis. Sei que o mercado não se auto-regula e que a história importa. Apago algumas pessoas da memória como filmes sem importância, sem maldade, elas apenas esmaecem até desaparecer, "destruição criativa". Tenho cama de casal, três edredons e seis travesseiros, em uso simultâneo, tudo junto e ao mesmo tempo. Dirijo muito bem. Viajo de avião feliz, mas bom mesmo é viajar de carro. Às vezes fico insuportável, uma mania de querer o impossível, odeio abandonar no infinito o que me traz felicidade. Acho o cinismo inevitável quando nos tentam fazer de idiota e nessas horas, a minha ironia torna-se uma pista onde danço como se pisasse nas centelhas de uma vertiginosa estrela. Às vezes morro de vergonha de ser um pouco atrevida. Tenho idéias esdrúxulas e pirraço meus amores, mas eu mimo também. Escolho um homem que tenha coragem de me tratar como uma mulher. Sou intensa, me transformo em outras e nada me assusta tanto, nem me agrada tanto. E no final das contas, sei que, ser feliz, não é questão de sorte ou azar. É questão de perspectiva...
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