terça-feira, 15 de junho de 2010

Desafeto



Imagem Pedro Regojo


Sumiço total, relaxem, não morri...ou quase, ficar sem estar conectada (sem internet) é quase uma morte (rss). Saudades de vocês...será que sentiram a minha falta? Espero que sim...(rss).

Senti falta de vocês, de compartilhar o meu escrever, o meu ser, o meu viver. Ando um pouco doída com certos acontecimentos que me atropelaram, me viraram do avesso e me fizeram buscar momentos de introspecção, o silêncio da alma, a busca por entender o que não tem entendimento.


DESAFETO
(Marla Quiroz)

Não quero mais o beijo molhado, o derretimento castanho dos olhos, o sorriso sacana. Não creio mais em tardes febris ou saudades desesperadas. Tudo é verbo, verso, papo furado. Tudo pode ser rasgado, cuspido, jogado no lixo. Obra prima perdida em rasuras. Poesia sem calor de corpo. Paixão destituída de loucura. Fogo morto.

Não quero mais o encaixe de tudo, o perfume da pele, a carícia dos dedos. Não creio mais em noites acesas, em madrugadas intensas, em manhãs de luxúria. Tudo é fome e desejo de saciedade. Tudo é espera por novidades. Displicência de afetos, perda de tempo, sexo sem vontade.

Não quero mais sensações de eternidade, abraços pra sempre, sussurros de amor. Creio em frases desacompanhadas, em palavras cruas, textos sem autor. Tudo é falta de comprometimento, tudo é vácuo, vazio, relento. Tudo é falta de rumo, um peito apertado, tristeza sem dor...


Para ler mais textos de Marla, http://doidademarluquices.blogspot.com/


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