Imagem by Romulo Lubachesky
"Coitado do amor, logo ele que é filho do encontro,
está sozinho no ponto.
Desencontrou."
(Elisa Lucinda)
Não há nada de errado com o óbvio. Ele não é furta-cor, muito menos invisível, seu único problema é que muitas vezes ele é um Frankstein correndo em nossa direção, fazendo com que a gente morra de medo de encará-lo de frente, e assim, seguimos tentando encaixar o oval no redondo.
Seguimos ignorando o óbvio e todos os seus súditos, que ele fica enviando com luzes vermelhas piscando para poder ser visto, e ainda assim, continuamos a ignorá-lo. Sabe por quê? Porque é dolorido pacas assumir que o que construímos com tanto cuidado, não existe mais, faz parte do passado.
Seguimos ignorando o óbvio e todos os seus súditos, que ele fica enviando com luzes vermelhas piscando para poder ser visto, e ainda assim, continuamos a ignorá-lo. Sabe por quê? Porque é dolorido pacas assumir que o que construímos com tanto cuidado, não existe mais, faz parte do passado.
Assim são alguns relacionamentos, não existem mais, acabaram faz tempo e o amor ficou perdido em algum lugar do passado, submerso em águas profundas e geladas, fora do alcance de qualquer tentativa de resgate.
É preciso coragem para encarar a verdade, levantar âncora, navegar outros mares, e mais ainda, entender que quando algo vem à tona é porque há muito já borbulhava.
Raramente um relacionamento é derrubado por um tiro só, mais fácil que seja por uma saraivada de balas que demoramos a notar, tamanho o costume de estar ao lado de alguém, tamanha a necessidade de manter as coisas como estão, cumprir o protocolo.
Esse tipo de relacionamento é mantido pelo amor-zumbi, aquele que se recusa a admitir que morreu, que perdura por anos, teimando em resistir à base de mentiras, beijos burocráticos e sexo sem tesão. O amor-zumbi é um morto-vivo exalando cheiro de decomposição em plena vida, como não perceber?
Impressiona-me, as pessoas que ficam tentando colocar flores e esparadrapos nas decepções e no cansaço dos seus relacionamentos robotizados, endurecidos, congelados, corroídos pelo ácido do descaso, do tédio, do não quero mais, tentanto acreditar que dois monólogos podem fazer um diálogo.
É fato que nos sentimos mais acolhidos com a segurança do passado conhecido, com todos os seus problemas, do que com o vislumbre do futuro. Afinal, a aceitação de que o amor não existe mais, é como uma ferrugem existencial, difícil de ser aceita, ainda que latente.
Como diz o Artur da Távola, "muitas de nossas verdades só emergem depois que assumimos graves compromissos com nossas mentiras".
E aí, quem sabe, seja tarde demais...
by Giu
"As asas da alma se chamam coragem. Coragem não é a ausênia do medo. É lançar-se, a despeito do medo."
(Rubem Alves)
Acho que relacionamentos falidos unem duas pessoas por um sentimento comum: o EGOÍSMO.
ResponderExcluirEm que pese o NÃO QUERER SAIR DA ZONA DE CONFORTO, o egoísmo é evidente quando nenhum dos dois "larga o osso".
- Não somos felizes, não deixo você ser feliz e não me permito ser feliz.
E com esse pensamento tosco mantem tudo como sempre.
As mesmas diferenças aumentando a indiferença até que se chegue ao ponto do tanto faz, não rara a pergunta: o que não fiz?