quarta-feira, 21 de abril de 2010

Baú de Guardados I


Imagem by Carlos de Souza Santos


Baú de Guardados, 1990.


“Experiência é aquilo que nos passa, ou que nos toca, ou que nos acontece, e ao passar-nos nos forma e nos transforma...”
(Jorge Larrosa)



Remexendo meu baú de guardados, encontrei algumas poesias, papéis amarelados, lembranças, memórias, um cheiro de guardado. Algumas me fizeram sorrir, outras chorar, revisitar, ainda que por segundos o momento vivido.

Esta poesia em especial foi feita para um grande amor do passado, escrita no leito de morte deste amor, um amor que parecia ser para sempre, que naquele momento eu queria que fosse para sempre, não foi.

Todos os amores da nossa vida são grandes amores no momento que estão acontecendo, sendo vividos, experimentados. Amores passados são marcas que nos acompanham pelo resto da vida e feliz daquele que em algum momento é lembrado, recordado, porque soube amar e ser amado.

Quem nunca viveu um amor não viveu o melhor de si. O amor é rara oferenda, não a perca...


EM SILÊNCIO

Em silêncio te respiro, lenta e vagarosamente
Te tomo nos braços, me explico
Procuro conhecer as tuas formas
Os teus contornos, tuas fantasias.

Em silêncio vou te consumindo
Tentando entender os teus motivos, os meus
Se somos almas gêmeas, formas opostas
Ou dois loucos a procura de uma ponte.

Em silêncio caminhamos rumo ao desconhecido
À um novo encontro, ousadia repentina
Tentando retomar a vida
Reencontrar os sentimentos perdidos.

Em silêncio nascendo no peito uma angústia
Nossas diferenças rondando o coração
Nossas intolerâncias vencendo a paixão
E uma escuridão indicando a estrada, o caminho.

by Giu

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