sexta-feira, 2 de abril de 2010

Perco-me em ti...


Imagem by João Cigano


O que fazer quando a gente acorda com o coração apertado, uma vontade louca de fugir, criar mecanismos de defesa para se afastar de alguém? Vontade de dar um tempo, quem sabe navegar outros mares, beijar outras bocas, inventar um outro amor.

A gente pensa em dar um tempo, e então percebe que, dar um tempo na verdade é invenção para não sofrer, porque, dar um tempo faz sofrer, pois não se diz a verdade. Desistir ou enfraquecer o amor pelo medo de sofrer é deixar de acreditar na paz que vem com a tormenta, é favorecer o mal entendido e abolir a esperança.

É preciso aceitar que amar é imprevisível, não tem lógica. Que o amor é atrito, é explosão, é não deixar para depois. Que o mistério do amor é não entendê-lo a ponto de preveni-lo, pois prevenir o amor é matar a capacidade de aprender com as suas conseqüências.

Não existe preparação para amar, não existe roteiro. Talvez por isso o medo, esse tolo inútil. O amor não está nem aí para o que acreditamos ou deixamos de acreditar. Ele acontece, apesar de nós.

Por tudo isso, é preciso trazer a salvo o que ainda não abrimos juntos e não deixar o outro partir...

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